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Quando o corpo denuncia o silêncio das palavras

Claudia Formoso

Resumo


O presente trabalho parte da observação do sofrimento físico que se apresenta, quase como um destino, na vida de alguns analisandos e busca refletir acerca do atravessamento que o padecimento do corpo pode ocupar na história destas pessoas. A partir do enlace entre corpo e psiquismo proposto por Freud, são revisitados autores fundadores da Escola Psicossomática de Paris, bem como o aporte teórico contemporâneo – representado pela segunda geração de psicanalistas da mesma escola –, que sustenta um discurso essencialmente psicanalítico, amparado na metapsicologia freudiana. Assim, por trás das resistências violentas de organizações psíquicas primitivas marcadas pelo traumático, esconde-se o dinamismo silencioso da destrutividade. A psicanálise apresenta-se como potência capaz de construir significados e sentidos que possam contar uma história.

 

When the body denounces the silence of words

The present work starts from the observation of the physical suffering that presents itself, almost like destiny, in the lives of some analysands, and seeks to reflect on the crossing that the suffering of the body can occupy in the history of these people. Based on the link proposed by Freud between body and psyche, founding authors of the Psychosomatic School of Paris are revisited, as well as the contemporary theoretical contribution represented by the second generation of psychoanalysts from the same school, who support an essentially psychoanalytic discourse, supported by Freudian metapsychology. Thus, behind the violent resistance of primitive psychic organizations marked by the traumatic, hides the silent dynamism of destructiveness. Psychoanalysis presents itself as a power capable of constructing meanings and senses that can tell a story.


Palavras-chave


Psicanálise; Psicossomática; Pulsão de mote; Campo simbólico; Psychoanalysis; Psychosomatics; Death drive; Symbolic field

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